Livros publicados
A obra de Euclides Neto abarca uma variedade de gêneros literários. Partindo do ensaio "Porque o homem não veio do macaco", composto ainda nos anos de Colégio Estadual Central da Bahia, o autor inicia-se na narrativa de ficção com Birimbau, em 1946, influenciado pela literatura regionalista da década precedente. Obra inaugural, nela já encontramos aquele que será o cenário evocado na maior parte dos romances do escritor: o universo em torno das fazendas de cacau, no sul da Bahia, investigado em seus costumes, ritmos e descompassos sociais, que retornará, por exemplo, em Os Magros, de 1961, O Patrão, de 1978 e A enxada e a mulher que venceu o próprio destino, de 1991. O escritor fala pela experiência: fixa residência em Ipiaú, onde se dedica à literatura, à advocacia e à agricultura. No campo do romance, a exceção à regra rural é Vida Morta, lançado em 1947, espécie de narrativa urbana de corte existencialista, ambientada em Salvador, retratando os anos de vida estudantil, na Faculdade de Direito. No campo da não ficção, além de crônicas e artigos de opinião veiculados com assiduidade na imprensa baiana, o autor cultivou o relato memorialístico, com destaque para o precioso 64: um prefeito, a revolução e os jumentos, de 1983, em que narra suas aventuras como prefeito de ideais socialistas, no município de Ipiaú, naquele ano emblemático da história nacional. Escritor profundamente arraigado à sua terra e ao seu povo, Euclides publicou ainda o Dicionareco das roças de cacau e arredores, contendo 986 verbetes, compilando falares representativos do mundo cultural do sul da Bahia.
A relação a seguir contempla todos os livros publicados pelo autor, contendo trechos escolhidos, dados editoriais e fortuna crítica sobre cada obra.