Nosso abraço.

                Recebemos sua carta com o discurso pronunciado na solenidade da Câmara de Vereadores de Salvador.

                Tocou-nos bastante as expressões de carinho. Tão generosas contudo, que reconhecemos não merecê-las.

                É que o trabalho desenvolvido na Secretaria da Reforma Agrária deve-se mais a Waldir, que a prestigiou, em todos os momentos. Primeiro, e sobretudo, porque, sabendo das pressões dos eternos privilegiados da terra, jamais interferiu, com um sinal, sequer para que nós transigíssemos, mesmo quando estavam em jogo interesses de amigos, correligionários e, entre estes, parlamentares. Todos foram tratados com a isenção e justiça próprias do Governo Democrático. Segundo, porque à Secretaria foram dadas as condições possíveis à época, enriquecendo-a com órgãos fundamentais ao seu desempenho. Terceiro, porque os demais segmentos administrativos priorizavam o nosso trabalho, por determinação do Governador.     Talvez você não se lembre, Yolanda, que o MAIS, que teve a importância de uma Secretaria, e, com certeza a mais atuante de todas, muito contribuiu com a reforma agrária, cedendo recursos e materiais para os assentados.

                Tantos foram as demonstrações de apoio de vocês que pouco mérito, na realidade, me coube. Ficou muito fácil e gratificante trabalhar naquele período. As dificuldades transformaram-se no agradável desafio dos jogos lúdicos.

                Tudo fez aumentar uma profunda admiração e amizade, bem-querer mesmo, sentimento muito terno e escasso nos dias correntes, e, por isto, precioso.

                Recebam o nosso afeto e gratidão, com recomendações aos meninos.