Não, não podemos aceitar que o Secretário-Geral da CEPLAC ande certo, e o corpo do órgão — técnicos, diretores, coordenadores, chefes de divisões — não o esteja. Seria negar o lógico e o bom senso.

Realmente, quando todos põem os cargos à disposição e, por outro lado, sofrem a demissão maciça, alguma coisa de muito grave está ocorrendo. Não é possível que toda essa gente forjada na labuta de tantos anos, idealista, esclarecida, alguns tendo oferecido o melhor dos seus verdores realizando cursos, pioneirando, venha, agora, unanimemente cometer um equívoco de tal ordem, protestando com a maior veemência contra o chefe e, mais, não suportando o relacionamento.

E, se por absurdo, o Sr. Secretário estiver com a razão, ainda aí ele não serve. É que não teve o dom de liderar, não foi capaz de dominar a insatisfação que se alastrou por toda a classe, tanto mais, e ainda dentro da hipótese, se estava certo ou está com a verdade. É que esta é muito mais fácil de demonstrar e impor, sobretudo ao pessoal do nível ceplaqueano.

Sabemos que o parto do qual nasceu o Sr. Secretário não foi dos mais tranquilos. Houve a interferência de muitas parteiras que, por isto mesmo, deve ter comprometido a saúde da criança. Uns a puxavam para fora, outros a empurravam para dentro e, com certeza, prejudicou também a higidez da parturiente.

Chegamos ao impasse. Daí, o melhor seria a nomeação do Secretário-Geral através de uma lista tríplice, indicada através dos votos de todos os funcionários, dos sindicatos dos trabalhadores e dos fazendeiros.

Mesmo que não seja o caso, não se pode correr o risco da indicação ser efetuada por um político, ou políticos, que, nem sempre, olham o melhor para a região, mas, com certeza, visa o mais conveniente para o seu grupo.

A escolha pela eleição tem seus riscos, porém, com certeza, menos que o indicador de uma só mão.

Alardeia-se a participação do povo nas decisões. Contudo, na hora da verdade, temos receio de lhe dar os poderes.

Agora, o governo teme criar o precedente, afastando o Sr. Secretário. Mas, mesmo assim, se algum órgão, por todos os seus responsáveis mais representativos, se levanta contra o chefe é que este não tem condições de sê-lo. Mesmo admitindo-se que ele se apresenta dourado de razões e verdades. Maior motivo, repito: mesmo com a verdade, não teve o mérito de impô-la aos subordinados.

E não se perca de vista que a rapaziada da CEPLAC é um patrimônio humano da melhor qualificação, dificilmente reposto, mesmo que se cate no meio de todas as embrapas, ematerbas, secretarias e ministérios de agricultura. Se a terra se cuida com a técnica o sucesso desta depende da vivência de cada manhã.