Poderemos fazer uma campanha dentro dos princípios fundamentais da ética política, respeitando os adversários e, sobretudo, a pobreza carente até de um prato de comida. Quem compra voto não tem compromisso com a seriedade, pois depois se acha no direito de tirar vantagens do cargo ocupado.

Nossos contrários de hoje poderão ser os correligionários de amanhã. Ou, mesmo que não venham a ser, vivem na mesma cidade. Somos, em resumo, uma família. Às vezes, políticos de fora fazem tudo para nos dividir, a fim de, radicalizando, levar a fatia de votos na próxima eleição estadual ou federal.

Nós brigamos demais com os da terra a serviço de quem, depois, para nos conceder uma audiência, demora meses ou talvez nem a concede.

Vamos ver, conterrâneos, se desempenhamos uma campanha tão respeitosa e leal que depois não tenhamos o acanhamento de encontrar o adversário (derrotado ou vitorioso) e abraçá-lo, pedir-lhe um favor ou servi-lo com a nossa generosidade.

Tenhamos cuidado com os que não têm vínculos profundos com Ipiaú. Os que chegam para enriquecer, ter prestígio, ser eleitos, visando amealhar dinheiro ou conquistar posições que os levarão, logo depois, para a Capital, abandonando-nos, tendo-nos como instrumento dos seus apetites. Em princípio, todos são bons candidatos, sem distinção partidária.

Queremos uma Ipiaú para os nossos filhos e netos. Acolhedora. Amiga. Carinhosa com os que vierem depois. Jamais gostaríamos de ter um município a serviço de paixões menores.

Vamos refletir muito na hora do voto. Não nos deixemos levar por qualquer influência que não seja a vontade de termos uma representação capaz de ser modelo, como já fomos.

Seria bom se houvesse um compromisso de honra, desde já, pelo qual os eleitos iriam defender o município, aplicando os recursos arrecadados com a probidade dos homens de bem.