Clodomir Xavier de Oliveira para Euclides Neto
Carta em “Os genros” - carta - Ubaitaba - 1981
Acabei, agorinha mesmo, de ler Os genros. Aliás ler não é bem o caso. Reler, porque o li no chaboque — como você sabe.
Escritor vivo, só por política, é glorificado, por isto é que você é apenas o “escritor de Ipiaú”. Creio que os pósteros é que lhe vão dar o merecido lugar de “O príncipe dos escritores grapiunas”.
A trouxa de genros foi muito bem lavada.
A linguagem adequada ao assunto. A aplicação saborosa do jargão regional enfeitando a “inculta e bela” na formosura dos verbos bem conjugados e pronomes no lugar certo. As metáforas ilustrativas, sem carecer explicações.
Livro gostoso e sério.
O assunto é enxugado de uma maneira tão saborosa e leve, que o leitor é convidado a reler cada capítulo, como o fiz em alguns, binando o prazer.
Valeu-me também a colaboração que tive com cerca de cinquenta, entre vocábulos e expressões, para o dicionário de termos regionais, que estou tentando fazer.
E, para isto, vai aqui uma exploração:
Encontrei à página 92: “...bebendo cabrecho no curral”.
Que é “cabrecho”?
Aqui os meus parabéns pelo seu livro magistral.
Recomende-me a sua senhora.
Um abração do amigo